quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Memento Mori

"Did you imagine the final sound as a gun?
Or the smashing windscreen of a car?
Did you ever imagine the last thing you'd hear as you're fading out was a song?"
Porcupine Tree - Arriving somewhere but not Here
     Já tentou imaginar como será o dia e ocasião da sua morte? Não sei se é a morbidez natural da minha personalidade, mas eu sempre penso nisso... na reação das pessoas, na situação, nas sensações de perder a consciência pela última vez.

     Ontem mesmo, feliz e contente saindo do trabalho (ok, talvez não tão feliz nem contente assim), coloquei meus fones no ouvido com o volume máximo, como usual, e fui pegar o metrô pra casa, assim como todos os dias.
     Parecia um dia de sorte, pois ele já estava na estação quando cheguei lá. E vazio! (só eu sei como eu me sinto em algum transporte lotado tendo mais de 1,90m de altura) Acontece que, como todo mundo que anda de Metrô sabe, ele toca um som alguns segundos antes de fechar a porta, pra avisar mesmo, sabe? Acontece ainda que eu estava tão empolgado com a música alta que não ouvi o som... e A PORTA FECHOU COMIGO NO MEIO! D: (nessa hora eu entendi o motivo de todo estar olhando meio agoniado pra mim quando estava entrando) Velho, eu juro que por um momento eu pensei que ia ser arrastado pelos trilhos e jogado, eletrocutado, atropelado, queimado, ou alguma combinação entre essas opções, pois o vagão começou a andar comigo metade pendurado pela mochila, metade desesperado dentro dele.

     Eu já quase morri uma vez, quando criança. Fui provar que tinha coragem (o que sempre precede uma merda catastrófica) de entrar na correnteza de uma cachoeira segurando somente em um galho podre que estava na margem... velho, o galho era PODRE! Aonde, nesse ser iluminado, eu pensei que aquilo ia me aguentar? Obviamente ele quebrou nos primeiros 5 segundos que me apoiei e a água me levou rio abaixo. Nessa época eu não nadava bem o suficiente pra poder chegar em algum lugar que não fosse o fundo e, basicamente, me resignei e fiquei olhando as bolhas da água (provavelmente algum efeito bizarro provocado pela falta de oxigênio no meu cérebro) até apagar de vez.

     Acordei vomitando MUITA água e com meu pai desesperado do meu lado... ele tinha visto meu braço levantado na correnteza, (o que deve ter sido um reflexo de autopreservação, pois não lembro de ter feito isso) pulado na água e me puxado de volta.

Eu não acreditava nessas histórias de que você vê um filme da sua vida antes de morrer... mas agora, depois de duas experiências tensas eu percebi que isso não é balela. Preso na porta do Metrô eu só conseguia pensar nas coisas que eu não tinha feito ainda, em como eu tinha desperdiçado meu último dia trabalhando e tudo mais (além de, é claro, "vou morrer agora, fudeu!").
Finalmente, uma pessoa muito benevolente (e forte pra cacete) me puxou pra dentro do metrô e meus segundos de terror acabaram.
E eu me pego a pensar... essas coisas só acontecem comigo, né? D:

(ok, contando agora não parece tão assustador, mas eu te desafio a ficar pendurado no metrô pra vc ver >.>)

3 comentários:

  1. Caraleo veio xDDD
    Ta vivo mesmo?

    Não está faltando nenhuma parte?

    Agora você está parecendo um felino ue....cuidado que só faltam 5 vidas xD

    ResponderExcluir
  2. Velho, essas coisas só acontecem com você, amor! Huahuahaua, tô dizendo, você devia escrever um livro sobre suas experiências com transporte público :P.

    ResponderExcluir
  3. Guilhermino e seu DOM de se meter em situações desesperadoras auheauhuehauea
    ah, eu sempre penso em como/o que as pessoas vão sentir/quando eu morrer. E aí eu sempre fico debatendo como eu preferiria morrer (no momento estou entre morrer dormindo e um ataque do coração enquanto eu pulo de pára-quedas). auheuahuea

    ResponderExcluir

Expulse os Demônios aqui: